Dois dias para acontecer a reunião convocada pelo Ministério de Minas e Energia, a direção da Colossus Minerals , parceira da Coomigasp no Projeto de Desenvolvimento Mineral de Serra Pelada permanece como um túmulo que guarda um segredo de um grande negócio que envolve milhões de dólares, captados na bolsa de valores de Toronto, em nome da reserva mineral da mina de Serra Pelada.
A tática da Colossus será a de esconder o jogo como vem fazendo desde quando iniciou as pesquisas geológicas na área dos 100 hectares em 2007. Tudo que os garimpeiros sabem e o governo também são os resultados de 51 toneladas de ouro, platina e paládio apresentados no Plano de Aproveitamento Econômico em 2009 para que fosse obtida a concessão de lavra e as licenças ambientais. Depois disso as pesquisas avançaram com mais intensidade e continuam. Ontem pela manhã, a Agasp Brasil enviou algumas perguntas para o email corporativo de Paulo de Tarso (pfagundes@colossusminarls.com) sobre a convocação feita pelo Ministério de Minas e Energia reunião que ocorrerá nesta quinta-feira. Ele não deu resposta.
UMA DÚVIDA: DE QUE LADO ESTÃO?
No chamado Conselho Deliberativo da Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral – SPCDM, empresa criada pela Coomigasp e Colossus para implantar e explorara o ouro da mina de Serra Pelada, a cooperativa dos garimpeiros conta com dois representantes: Gesse Simão de Melo e Jairo Leite Oliveira. Alem de ser uma posição gratificada com pouco mais de 15 salários mínimos por mês, Gesse e Jairo tem ainda poder de decisão dentro do Conselho Deliberativo da SPCDM respaldado pelo TAC - Termo de Ajustamento de Conduta , regra imposta pelo Ministério de Minas e Energia para defender os direitos dos garimpeiros .
O TAC é para ser cumprido pela Colossus. A discussão é: Gesse e Jairo cobra ou não por informações sobre o tamanho real da reserva mineral pesquisada ate agora na área da Coomigasp? Somente os dois sabem dessa informação? Se isso não é verdadeiro por que então não exigiram da empresa parceira essa importante informação para a sociedade garimpeira , conforme direitos assegurados pelo TAC? Algumas vezes indagado por diretores da cooperativa e ate mesmo por autoridades ligadas ao Ministério de Minas e Energia, a palavra de Gesse é de que nunca a empresa passou esses dados apesar das cobranças. Por outro lado, Jairo é mais irônico ao justificar que o tema é assunto de segurança nacional. Então, tá.
CÂMARA DE VEREADORES SE POSICIONA
A falta de informações sobre a reserva mineral de Serra Pelada negada pela Colossus motivou a Câmara de Vereadores de Curionópolis a pegar o caminho de Brasília na próxima semana para uma audiência com o ministro de Minas e Energia Edison Lobão. A decisão foi tomada ontem a noite pelo presidente da Câmara, João do Patrocínio Filho (foto), por entender que a jazida de Serra Pelada encontra-se no município e reclama que a Colossus nos últimos cinco meses fez uma dispensa em massa dos trabalhadores que moram em Serra Pelada. Os vereadores de Curionópolis classificaram como “embromação da Colossus” o que demonstra que ela não está querendo que a mina entre em operação rápida, conforme a expectativa do povo garimpeiro e do próprio município de Curionópolis.
“Quem tem o propósito de implantar uma mina e a fazer produzir, não dispensa trabalhadores, contrata”, avalia o vereador Paulo Higino que integrará a comitiva para uma conversa com o ministro Edison Lobão. A relação institucional entre a Câmara de Vereadores com a empresa Colossus deixou de ser respeitosa desde a entrada do diretor executivo de operações da Colossus, Paulo de Tarso Serpa Fagundes. Ele mandou barrar na portaria da empresa, em Serra Pelada, o presidente da Câmara, João do Patrocínio, que se fazia acompanhar de mais seis vereadores. O grupo foi até lá, em busca de explicações sobre a falta dos programas sociais voltados para a comunidade, uma das exigências para que a empresa operasse no município. Paulo de Tarso menosprezou os representantes do povo curionopolense.
ANCIOSOS & FURIOSOS
Os funcionários da Coomigasp estão ansiosos esperando pelo primeiro dia de trabalho, oficialmente marcado para a próxima quinta-feira, dia 1 de março, da nova diretoria da Coomigasp eleita no dia 29 de janeiro deste ano. A ansiedade coletiva está por conta da promessa de pagamento dos salários que estão atrasados desde dezembro do ano passado. O pessoal passou o Natal sem panetone, o mês de janeiro sem poder pagar as contas e atravessou o carnaval sem serpentina. É mole? Integram ainda o bloco dos sem-salários os prestadores de serviços que atuam em Curionópolis. Até o lava-jato da esquina ficou sem receber. Durante o mês de fevereiro foram dadas férias coletivas aos funcionários, e as portas da cooperativa foram fechadas. O presidente reeleito Gesse Simão jura que pagará a todos até o dia 10 de março. Está esperando Claudio Mancuso.
(agaspbrasil.com.br)