Já nesta sexta-feira (10) agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Policia Rodoviária Federal já estavam a postos em cidades da região sudeste do Pará. No sábado (11), a força-tarefa ganha reforço de outros 50 homens das Polícias Federal, Civil e Militar, Força Nacional e Exército, que vão se integrar ao esquema especial montado para combater a ação de criminosos na área de jurisdição do Comando Regional de Polícia Militar (CPR II), com sede em Marabá.
Em reunião na sede do Comando Regional ficou decidido que a operação terá duas frentes distintas de atuação, sob o comando do tenente-coronel Edson Bentes (CPR II) e do delegado geral adjunto de Polícia Civil, Rilmar Firmino de Sousa. Na primeira fase haverá concentração de esforços para dar cumprimento aos mandados de prisão, sobretudo aos foragidos de Justiça que estão se infiltrando nas áreas de assentamento e aterrorizando os colonos.
Segundo o delegado Rimar Firmino, a presença do policiamento é uma resposta imediata do governo do Estado às críticas sobre falta de policiamento. “Queremos mostrar que estamos atuando e que vamos continuar cumprindo nosso papel, que é defender a sociedade”, disse ele.
Vistoria - A força-tarefa armará barreiras em zonas de acesso aos principais municípios da região, vai vistoriar veículos suspeitos e conferir documentação de motoristas, além de ocupar alguns pontos críticos, passíveis de ocorrência de conflitos agrários. “Não podemos adiantar mais informações sob pena de comprometer o desempenho da operação”, disseram os policiais, que esta semana descobriram que o homem executado no assentamento Sapucaia, no município de Eldorado do Carajás, usava nome falso e era foragido da polícia do Maranhão.
O falso colono usava o nome de Marcos Gomes da Silva, quando na verdade se chamava João Vieira dos Santos, e chegou ao Pará após fugir da cadeia pública do município de Zé Doca, no Maranhão. “Este cidadão usava nome falso e nunca foi trabalhador rural”, afirmou o delegado Silvio Maués, diretor de Polícia do Interior, que chama atenção para o crescimento de casos como estes nas áreas de assentamentos rurais. “E fácil se esconder num lugar como este, onde até a polícia tem dificuldade para entrar devido a um sistema de proteção criado pelas lideranças de movimento sociais”, completou.
Durante a realização da força-tarefa, a polícia continuará procurando os acusados pelo assassinato do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Segundo as primeiras pistas, os dois homens que estão sendo procurados teriam fugido pelo rio Tocantins, que corta o assentamento. O crime ocorreu no último dia 24 de maio, dentro da reserva extrativista “Praialta-Piranheira”, no município de Nova Ipixuna.
A divulgação dos retratos falados dos principais suspeitos tem ajudado nas buscas. O inquérito que investiga a morte do casal já conta com os depoimentos de 32 pessoas, além dos laudos da necropsia e do exame de balística. Faltam ainda os laudos sobre o georreferenciamento da área e os exames técnicos no aparelho celular de uma das vítimas. “Estamos bem adiantados no processo de investigação”, disse o delegado Rilmar Firmino.
'Disparada' - Além do avanço nas investigações do crime, a polícia já contabiliza outros aspectos positivos durante a fase de pré-operação. De acordo com a Assessoria de Imprensa do Ibama, já foram fechadas sete carvoarias na região da reserva extrativista de Nova Ipixuna e enviada para Belém a solicitação de cassação de 12 pedidos de licença ambiental destinados à exploração de carvão vegetal.
Ainda segundo a Assessoria do Ibama, as ações em Nova Ipixuna também fazem parte da operação “Disparada”, iniciada no último dia 31 de março, com frentes de trabalho no Pará, Amazonas e Mato Grosso. “No caso do Pará, os pedidos de cassação são para madeireiras que já tinham sido multadas anteriormente, e agora voltam com outras atividades, mas sempre na ilegalidade”, ressaltaram os coordenadores da operação.
A operação “Defesa da Vida” foi lançada pelo governo federal é será desenvolvida nos Estados do Pará, Amazonas e Rondônia. No Pará, os esquemas especiais de combate ao crime estão sob a coordenação das Polícias Civil e Militar. Durante sua passagem por Marabá, na última quinta-feira (09), o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, prometeu estudar o pedido especial do governador Simão Jatene, de aumentar o número de vagas no sistema carcerário do Estado. A operação “Defesa da Vida” não tem prazo para ser concluída.
(Portal ORM Com informações da Agência Pará)
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