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segunda-feira, 4 de março de 2013

Pará deve alcançar neste semestre status livre de febre aftosa


No final de janeiro de 2013, as últimas propriedades rurais no Pará que ainda aguardavam o resultado dos novos testes de controle da febre aftosa tiveram confirmada a negatividade sorológica dos animais sentinelas. Com esse resultado favorável, foram encerradas as atividades de campo do inquérito soroepidemiológico no Estado do Pará, onde foram testadas mais de 13 mil amostras, coletadas em 382 propriedades, em 58 municípios.
Depois de cumprir todas as exigências do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Pará se prepara para receber o reconhecimento nacional de status livre de febre aftosa, o que está previsto para acontecer ainda no primeiro semestre de 2013. A expectativa é que em 2014 o Estado receba o reconhecimento internacional.
Mas antes, por decisão do Mapa, é preciso aguardar a confirmação da ausência da circulação viral nos Estados vizinhos do Nordeste – Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas.
Investimentos
Para erradicar a febre aftosa do território paraense, só em 2012 a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará) investiu na melhoria da saúde animal R$ 6.615.705,60, referente ao convênio firmado com o Ministério da Agricultura,valor acrescido dos 10% de contrapartida estadual. Em 2011, o repasse foi de R$ 10. 788.780,80, totalizando em dois anos R$ 17.404.486,49.
Para atender a defesa vegetal, o convênio com o Mapa repassou R$ 3.332.052,00, no período de 2011 a 2012. O total de recursos para o Estado, destinados a ações de defesa animal e vegetal, em 2011 e 2012 foi de R$ 20.736.538,49. O convênio com o Mapa, em vigência até 2015, totalizará R$ 59.282.505,49.
Os investimentos do Estado e do governo federal se refletem nos resultados atuais. “Para que o mercado externo esteja atento aos produtos paraenses de origem animal e vegetal, a orientação é reforçar o trabalho da defesa agropecuária, a fim de evitar a entrada de pragas e doenças, e manter a vigilância constante em nossas fronteiras”, ressaltou Mário Moreira, diretor geral da Adepará.
Para contribuir com o trabalho de fiscalização e atenção à defesa animal e vegetal, recentemente a Adepará entregou mais 15 veículos e 10 motocicletas aos municípios de Tucuruí, Altamira, Tucumã, Itaituba, Redenção, São Geraldo do Araguaia, Novo Progresso, Marabá, Xinguara, Santana do Araguaia e Conceição do Araguaia. No último ano, a defesa agropecuária no Estado recebeu cerca de 200 veículos novos. Os investimentos permitem que as ações de fiscalização e de defesa animal e vegetal sejam executadas nos 144 municípios.
Classificação
Quanto à classificação sanitária do Estado, a Área I, que está livre da febre aftosa com vacinação, reúne 44 municípios das regiões sul e sudeste, e as áreas II e III, ambas consideradas de médio risco, abrangem, respectivamente, 67 municípios do nordeste e 32 municípios das regiões do Marajó e Baixo Amazonas.
Esse cenário contribui para a abertura de novos mercados. Atualmente, o Pará é o 4º maior produtor de carne e o maior exportador de boi em pé do país. Em 2012, o total de bovinos e bubalinos exportados vivos chegou a 388.188.
O rebanho do Pará, hoje, é de 19.483.636 de bovinos e bubalinos, distribuídos por 108.412 propriedades rurais. O Estado tem 15 matadouros frigoríficos SIF (Serviço de Inspeção Federal) e 12 matadouros frigoríficos SIE (Serviço de Inspeção Estadual), e 26 laticínios SIF e 23 SIE.
A maioria do rebanho bovino (76,61%) está nos municípios da Área I, totalizando 14.773.673 cabeças. A Área II concentra 14,99% do rebanho, o equivalente a 2.889.660 cabeças, e a Área III detém 8,4% do rebanho (1.620.304 animais).
Na área I, com 44 municípios, Tucumã tem 3.112.982 de cabeças, o equivalente a 16,1% do rebanho da área; Redenção tem 2.592.431 de animais (13,4%), e Marabá, 2.033.810 de cabeças (10,5%).
Na região nordeste (Área II), os municípios com os maiores rebanhos são Rondon do Pará, com 627.931 animais – 3,27% do total da área; Paragominas, com 628 mil cabeças; Capanema, com 309 mil cabeças e Capitão Poço, com 273 mil.
Santarém, Oriximiná, Soure, Breves e Almeirim são os municípios que reúnem os maiores rebanhos bovinos na Área III. Em Santarém o total de animais é de 439.386; em Oriximiná, 381.061 e em Soure, 326.464.

(Christina Hayne)

Paysandu vence o primeiro turno do campeonato paraense 2013


Em tarde de domingo de Mangueirão lotado, o Paysandu venceu o Remo sagrando-se campeão do primeiro turno do campeonato paraense e conquistando a Taça Cidade de Belém.
A partida terminou com o placar de 2 a 1. Raul marcou duas vezes para o Paysandu, enquanto Leandro cearense descontou para o Remo.
Com o título, o Paysandu já está garantido na Copa do Brasil de 2014 e na decisão do Parazão, caso a Taça Estado do Pará (2º Turno) seja conquistada por uma das outras sete equipes participantes da competição. Segundo turno que já começa no meio de semana, com o Remo estreando quinta-feira contra o Santa Cruz, a partir das 20h30m, no Mangueirão, em Belém, e o Paysandu jogando na quarta-feira contra o São Francisco, a partir das 20h30m, no Colosso do Tapajós, em Santarém. 
O ponto alto deste domingo no Mangueirão foi novamente as torcidas de Remo e Paysandu. A decisão registrou um público total de 40.883 torcedores, sendo 38.193 pagantes e 2.690 credenciados, que provocou uma renda de R$ 1.172.030,00.

Foto: Antônio Cícero

domingo, 3 de março de 2013

Governo do Pará investe R$ 150 milhões na construção de 26 pontes no interior


Com um investimento de quase R$ 150 milhões, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Transportes (Setran), está construindo 26 pontes no interior, a fim de melhorar a malha rodoviária estadual. Quatro pontes são consideradas essenciais para a economia paraense, por estarem em rodovias que interligam várias regiões do Estado.
Em dezembro próximo deverá ser entregue a ponte sobre o Rio Curuá, entre os municípios de Alenquer e Óbidos, no Baixo Amazonas, ao longo da PA-254, com 360 metros de extensão.
Sobre o Rio Mojuzinho está sendo construída a ponte que liga as rodovias PA-263 e PA-150, beneficiando os municípios de Goianésia do Pará e Tucuruí. A ponte tem 161 metros, e deverá ser concluída em maio.
No nordeste do Estado, a ponte sobre o Rio Capim interligará a PA-252 e a BR-010 (Belém-Brasília), entre os municípios de Mãe do Rio e Concórdia do Pará. Com 560 metros, a ponte deverá ser concluída em dezembro de 2014.
A ponte sobre o Rio Miri, na PA-151, começará a ser construída em abril deste ano, com previsão de conclusão em dezembro do próximo ano. A obra, com 569 metros de extensão, ligará os municípios de Igarapé-Miri e Cametá.
Melhoria no tráfego
Segundo o secretário de Estado de Transportes, Eduardo Carneiro, as pontes substituirão as antigas pontes de madeira e as travessias feitas por barcos, melhorando o tráfego entre as regiões, com a diminuição do custo e do tempo de viagem.
“Todas essas pontes serão construídas em estradas já pavimentadas e, com certeza, facilitarão o tráfego de veículos. Estamos optando pelas pontes de concreto, mas existem algumas situações em que o vigamento pode ser metálico com a infraestrutura em concreto”, explica o secretário.
Mais 22 pontes, com extensões que variam de 10 a 90 metros, deverão ser concluídas neste ano. Deste cronograma constam a ponte sobre o Rio Carrapatinho II, Igarapé Canoas e Rio Cutitinga, na PA-102; sobre os rios Breique, Povoado, Piriá e Menudo, na PA-125, na região do município de Paragominas; sobre o Igarapé Itá e Rio Caraparu, na PA-140, interligando os municípios de Santa Izabel do Pará e Bujaru; sobre os igarapés Urumansal e Acapu, na PA-151; Igarapé Guajará de Beja e Rio Arapiranga, na PA-409; Rio Arraia, na PA-287; Rio Guamá, na PA-124, que vai melhorar o acesso do município de Capitão Poço à localidade Boca Nova; Rio Livramento, na PA-242, facilitando o tráfego até o município de Nova Timboteua, e as pontes sobre os rios Capanema e Peixe-Boi, ambas na PA-242, interligando os municípios de Peixe-Boi e Capanema. 

(Pablo Almeida)

Vale pede que tenha procedência reconhecida todo minério de ferro produzido na Serra dos Carajás

Vale pede que minério de ferro produzido em Carajás, no Pará, tenha procedência reconhecida. Objetivo é garantir valorização do insumo. Requerimento foi apresentado em dezembro ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi).

Inspirada no valor comercial que ganharam os vinhos do Vale dos Vinhedos, do Rio Grande do Sul, o queijo canastra e a cachaça de Salinas, de Minas Gerais, entre outros produtos com procedência reconhecida no país, a Vale quer incluir o minério de ferro de Carajás, no Pará, na mesma categoria. Pedido inusitado para uma commodity mineral (produto básico com preços cotados no exterior), o requerimento foi apresentado em dezembro ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi). A empresa requer a denominação de origem da matéria-prima que será produzida a partir de 2016 no maior projeto de investimentos em curso da companhia, o S11D, orçado em US$ 19,49 bilhões.
Mais que um espécie de selo de qualidade, os registros de indicação geográfica têm funcionado como proteção e diferencial para melhor remuneração dos produtores de 33 itens já reconhecidos pelo Inpi no Brasil, a maioria alimentos e bebidas. Depois de aprovada, a ideia da gerente de Propriedade Intelectual da Vale, Denise Naimara, e de várias reuniões com os técnicos do instituto para montar um processo que tivesse chances de acolhimento, a mineradora se animou e decidiu estudar um novo pedido com idêntico teor para o minério de ferro de Minas Gerais, ainda sem data para ser colocado no papel. A companhia e o Inpi desconhecem que alguma iniciativa similar tenha sido tomada em qualquer parte do planeta para um produto comercializado na proporção de milhares de toneladas em estado bruto a partir do Brasil.
O registro para o S11D de Carajás será como a chancela de uma marca para o minério de qualidade excepcional dentro do portfólio da mineradora e que vai representar nova era para a mineração no Pará, segundo Luiz Mello, diretor do Instituto Tecnológico Vale (ITV), responsável pelo pedido. O cenário de aperto na concorrência internacional que a Vale enfrenta justifica a corrida para tentar diferenciar o seu produto. Na briga, se misturam ingredientes desafiadores como a queda de preços de minérios e metais no mundo e a necessidade de reduzir custos de produção, ante o crescimento menor da China, principal alavanca do consumo da matéria-prima, e a crise na Europa e nos Estados Unidos.
No pedido, a Vale sustenta uma identidade própria do minério do megaprojeto de Carajás, argumento que levou o Inpi a aprovar vinhos, cachaças, queijos, cafés, biscoito e o artesanato em estanho de São João Del-Rei , na Região Central de Minas. Até agora, são raros os produtos de reservas minerais no país que conseguiram entrar nesse grupo: as opalas e joias artesanais feitas da pedra no Piauí, as rochas usadas como revestimento na construção civil encontradas no Rio de Janeiro e o mármore de Cachoeiro de Itapemirim (ES). “Como qualquer produto, o mercado consumidor vai pagar o preço que considera justo, mas imaginamos que com uma denominação de origem fica mais fácil obter esse reconhecimento”, afirma Luiz Mello, do ITV.

PRESENTE DA NATUREZA
 Se o café do cerrado mineiro tem o seu registro de procedência em razão de condições de solo e clima que só a região oferece e os biscoitos de São Tiago, na Região Central de Minas, são fruto de uma tradição e identidade cultural da cidade, a Vale insiste nos fatores que distinguem o seu minério: uma composição química que dá ao material qualidade sem precedentes oferecida pela natureza, tornando diferenciado também o tratamento industrial para extração. “Pelas características químicas, é possível identificar a procedência desse minério com uma qualidade excepcional dada pela própria natureza. Por isso, o tratamento industrial tem impacto ambiental reduzido em consumo de água e energia e área de desmatamento, além do ganho de uma baixa emissão de dióxido de carbono”, afirma Luiz Mello.
O pedido é algo novo para os técnicos do Inpi, que não podem se pronunciar antes da avaliação dos requerimentos e do prazo que é dado para contestação dos interessados. As indicações geográficas, como propriedades intelectuais, remetem, em geral, a locais e produtos considerados bens coletivos, segundo Luiz Cláudio Dupin, coordenador de fomento e registro de indicações geográficas do instituto.
“Em 99% dos casos, avaliamos registros que se referem a um patrimônio dos produtores e de um determinado local”, afirma. A denominação de origem é concedida a produtos que têm características vinculadas ao meio geográfico em que ocorrem ou são produzidas, incluindo recursos naturais e humanos que propiciam uma qualidade especial. Na avaliação de Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora, a tentativa da mineradora de dar uma marca ao minério é mais uma estratégia para aumentar o prêmio pago pelos clientes pela qualidade num mercado mundial que pode ainda demorar para entrar em ritmo de recuperação.
Jazidas mineiras na lista
Na Vale, a busca de registro para o minério de Carajás é entendida como o reconhecimento de um produto de qualidade Premium. Para um eventual pedido de denominação de origem do minério de ferro de Minas Gerais, há diversas possibilidades para estudo pela companhia, de acordo com Luiz Mello, do ITV.
Seguindo a linha do pedido relativo ao projeto S11D, a mineradora poderia tentar registro de procedência do minério do projeto Apolo, na região de Caeté, na Grande BH, que depende, ainda, delimitação de áreas de preservação na Serra do Gandarela. As opções relativas a outras reservas, como a de Itabira, lavradas há quase 70 anos, e Mariana, precisam ser analisadas do ponto de vista da mudança de qualidade das jazidas que entraram na era de exploração de minério mais pobre em ferro.
Se a escolha fosse, em tese, o Quadrilátero Ferrífero, toda a rica porção central do estado onde a atividade completou algo próximo de 300 anos, um título de propriedade intelectual já dependeria da união das diversas mineradores que atuam na região.



Fonte: em.com.br