Apesar da tentação, a movimentação nas casas lotéricas durante a tarde de ontem não foi muito grande, segundo Conceição Rebouças, proprietária de uma agência lotérica no bairro do Comércio, em Belém. “Durante o dia, formou-se fila até do lado de fora. No entanto, a casa lota mesmo é no sábado, com gente que não quer perder a chance de fazer sua ‘fezinha’”, diz ela.
Conceição conta que, apesar do grande número de apostadores supersticiosos, “as apostas prontas acabaram em questão de minutos”. Para ela, o público se divide entre “os apostadores fiéis, que concorrem religiosamente, e aqueles que veem no prêmio acumulado uma oportunidade para jogar”, analisa a proprietária.
Ajudar a família é o desejo em comum de grande parte dos apostadores. Marcos Araújo, que é técnico em informática, conta que, se acertasse os números sorteados, destinaria uma parte do prêmio para auxiliar os familiares, com o restante viajaria e “também compraria alguns carros, que é uma paixão minha”.
Já Waldemir Nunes, autônomo, diz que, além da mãe e irmãos, também ajudaria “algumas instituições de caridade e abrigos. É uma quantia muito grande para gastar sozinho” disse Waldemir.
“Quem não joga não ganha, já quem joga ao menos está no páreo” é a máxima de Samuel Farias, que é apostador fiel das loterias há cerca de 20 anos, mas que estava na lotérica fazendo o jogo para um colega de trabalho.
Samuel, que é vendedor de carros, fala que sempre aposta nos mesmos números e que o jogo pronto já fica dentro de sua agenda. “Já ganhei diversas vezes, mas prêmios pequenos, então eu sempre renovo a aposta”, afirma o vendedor. Supersticioso, Samuel diz que aposta todos os dias na quina, mas a aposta da Mega-Sena só é feita aos sábados.
Ele diz ainda que, se levasse a bolada para casa, “parava de trabalhar e ia embora para Marudá. Também ajudaria a família, claro, além do Paysandu e o Botafogo, os times do coração”, diverte-se o apostador.
(Diário do Pará)
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