A discussão sobre a divisão do Estado do Pará em mais duas unidades federativas, Tapajós e Carajás, tem gerado muita polêmica entre os paraenses nos últimos meses. Para esclarecer dúvidas importantes antes do plebiscito que será realizado até o mês de dezembro, o Idesp (Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará) fará uma reunião, no dia 1º de julho, com representantes do governo do Estado, da UFPA (Universidade Federal do Pará) e do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) para definir a programação das pesquisas que serão feitas no período que antecede a consulta popular.
'A nossa preocupação é conseguir coletar a maior quantidade de dados possíveis para ter informações científicas do que será a divisão do Estado em três. O que observamos até agora é que os paraenses estão vendo essa divisão apenas pelo lado da paixão e falta esclarecimentos técnicos sobre o assunto', explica a presidente do Idesp, Adelina Braglia.
No último dia 20 de junho, uma reunião do Idesp com os professores da UFPA, Roberto Corrêa e Gilberto Miranda Rocha, além de Carlos Augusto da Silva Souza, da Unama (Universidade da Amazônia), foram apresentados alguns dados feitos pelos acadêmicos que já estudavam esta divisão. Os estudos ainda são superficiais sobre a realidade que pode ser modificada com o decorrer do processo de separação do Pará.
'As informações que temos até o momento são pontuais. É como se tivéssemos feito um corte seco no Estado e observamos como ficaria a economia e o desenvolvimento social dessas possíveis unidades federativas. Então, por mais que o estudo mostre que não há como o Tapajós se sustentar, isso não significa que seja uma projeção, pelo contrário é apenas um indicativo. Esses Estados irão sofrer mudanças no decorrer de suas criações, que podem ou não ser positivas. Isso só um estudo mais aprofundado poderá dizer', ressalta a gestora.
Adelina também reafirma que a posição do órgão em relação ao plebiscito é a imparcial, apesar de representantes do Governo do Estado, como é o caso do chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, que é totalmente contra a separação do Estado. 'O nosso objetivo, independente dos interesses de grupos específicos que podem se prejudicar ou se beneficiar com a separação, é mostrar o que essa divisão trará de bom para o desenvolvimento social dessas regiões afetadas', pontua Braglia.
Um conjunto de indicadores reunidos na publicação de uma revista acadêmica, no artigo 'Retrato da Divisão do Estado', mostra que o Pará ficaria com 56% do Produto Interno Bruto (PIB), Carajás com 33% e Tapajós com 11%. No comportamento da balança comercial, em 2010, no cenário da divisão do Estado, tem-se a distribuição: US$ 9.242 milhões no Carajás, US$ 2.830 milhões no Pará e US$ 596 milhões no Tapajós.
Redação Portal ORM
Nenhum comentário:
Postar um comentário