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terça-feira, 14 de junho de 2011

Nova Ipixuna: Ibama multa madeireiro em R$ 170 mil

A fiscalização no lote aconteceu durante a operação Disparada (Foto: Nelson Feitosa)
O Ibama descobriu um madeireiro que adquiriu um lote de floresta dentro do Projeto Agroextrativista Praialta-Piranheira, em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará. Desaparecido da cidade, segundo moradores, por estar ameaçado de morte, Gilmar Rodrigues Silva, dono da Madeireira Monte Pascoal, comprou a área de um assentado há cerca de seis meses. Desde então, vinha extraindo madeira da mata e esquentando o produto ilegal em sua serraria no centro do município.
Com a descoberta do esquema, o Ibama multou o madeireiro em R$ 170 mil por ter em depósito madeira sem origem legal, pelo desmatamento e ainda pela madeireira funcionar em desacordo com a licença ambiental. A empresa também foi embargada, e teve apreendidos um trator, 120 m3 de madeira em tora e 12 m3 do produto serrado. Os bens foram destinados à prefeitura de Nova Ipixuna e serão usados em obras sociais, após a conclusão o processo de doação no Ibama.
A fiscalização no lote aconteceu na quarta-feira (8), durante uma ação da operação Disparada, que acontece em Nova Ipixuna há três semanas, desde a morte dos líderes extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva. Um morador revelou aos fiscais a compra da terra por Gilmar Silva, transação que não é reconhecida pelo Incra. Na vistoria, o Ibama encontrou 73 árvores derrubadas, a maioria castanheiras-do-pará, espécie protegida por lei contra o corte; 4 m3 de madeira serrada e cerca de 20 hectares de floresta já desmatada. Na mata, os agentes ainda localizaram escondido na floresta o trator de esteira do madeireiro que era utilizado no desmate.
Na última sexta-feira (10), com apoio de helicóptero e seis viaturas, o Ibama cercou a madeireira de Gilmar Silva. Não havia funcionários no local. Análise na conta da Madeireira Monte Pascoal no Sisflora - o sistema eletrônico estadual que controla a compra e venda de madeira no Pará - revelou que havia 102,2 m3 de madeira em tora de crédito no saldo da empresa, mas ela não tinha uma única tora no pátio. Na madeireira, os fiscais encontraram apenas 8 m3 de madeira já serrada que não tinha registro no sistema e acabou apreendida.
Segundo o coordenador da fiscalização, Marcelo Lira, a relação entre os metros cúbicos existentes no Sisflora (102 m3) e os das toras derrubada no lote do madeireiro no Praialta-Piranheira (120 m3) não é coincidência. "O saldo no Sisflora seria usado para emitir documentos fraudados e esquentar a madeira ilegal que ele retirou do assentamento", explica ele.

RISCO DE CASSAÇÃO
A Madeireira Monte Pascoal é reincidente. Em 2008, foi multada pelo Ibama em cerca de R$ 17 mil por irregularidades na comercialização de madeira, teve 87 m3 de madeira em tora apreendida e foi embargada por operar sem licença ambiental. Em 2010, o empresário obteve a licença junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente e voltou a funcionar. A Monte Pascoal é uma das 12 madeireiras de Nova Ipixuna cuja cassação da licença ambiental emitida pela Sema foi requerida pelo Ibama há uma semana.
(Ascom Ibama/PA)

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