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terça-feira, 5 de julho de 2011

Banda larga popular pode ficar no discurso

O acesso à internet deve ficar mais fácil, segundo anúncio que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, fez na última quinta-feira. A novidade é que a partir de setembro estará disponível o plano governamental de internet banda larga popular, com conexão de um mega no valor de R$ 35, após um acordo entre o governo federal e as empresas de telecomunicações. Foi definido que o valor será para conexões fixas e móveis.
O acordo inclui as operadoras Oi, Telefônica, Sercomtel e CTBC. A estimativa do governo é de que ao menos 40% da velocidade contratada seja garantida inicialmente, e que até 2014 as empresas já tenham alcançado 70%. No entanto, as empresas avaliaram que este nível de exigência vai além de padrões internacionais, já que atualmente as empresas garantem cerca de apenas 20% do contratado pelo consumidor.
No Pará, a Oi fará um comunicado oficial informando como o serviço será oferecido e quais serão as áreas de abrangência inicial. A operadora Vivo declara que tem se empenhado para ampliar o serviço, mesmo que as operadoras móveis ainda não tenham assinado compromisso com o governo federal.
Para que haja qualidade nos serviços, segundo Pedro Brito Filho, engenheiro eletricista e membro do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-PA), duas tecnologias são as mais indicadas: fibra ótica e satélite. “O primeiro requer meios seguros de instalação, o que, na nossa região, apenas longas linhas de transmissão de energia elétrica podem oferecer. Segundo, torna-se inviável, por ser contratação de custo elevado” afirma o engenheiro.
Ele diz que no caso da fibra ótica seriam necessários acordos com as proprietárias das linhas, um outro ponto que deve influenciar nessa disponibilização. “Um bom exemplo das dificuldades enfrentadas pelas empresas é que até hoje na própria capital ainda não se tem um bom serviço com a tecnologia 3G, dominada e com grande uso pelo mundo” argumenta Pedro Filho.
Pedro diz que apesar de parecer um grande avanço, a internet de um mega significa apenas que a comunicação se dará em velocidade ‘não desconfortável’. Segundo o engenheiro, um giga, que corresponde a mil vezes um mega, seria uma ‘velocidade confortável’. “Porém, deve-se lembrar que no pacote anunciado pelo governo, o usuário só poderá baixar uma quantidade limitada de informações, cerca de 300 megabites”.
Apesar de só começar a valer daqui a três meses, a estudante Mariana Medeiros já vê vantagens no serviço mais barato. “Pretendo mudar o plano assim que começar a valer”, diz Mariana, que prefere a internet móvel. “Facilita o acesso em qualquer lugar”.
Nem todo mundo comemora. Funcionário de uma lan house, Paulo César acha que a novidade pode afastar a clientela da loja. “Com o acesso barato, a tendência é que as pessoas comecem a adquirir sua própria conexão”. 
(Diário do Pará)

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