O chefe da Casa Civil, Zenaldo Coutinho, se reuniu na tarde desta quarta-feira (4) com dezenas de integrantes do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), criado em 2002 e presente em 18 Estados. Na ocasião, foi apresentada ao governo a pauta de reivindicações do grupo, tanto para a área rural como para a urbana, onde o movimento também está presente.
Entre as reivindicações está a inclusão das famílias pertencentes ao MTL em programas de habitação do governo, além do acesso às políticas públicas estaduais em setores como saúde, educação, segurança, cultura e lazer. Eles disseram a Zenaldo Coutinho que desaprovam a postura adotada por certos policiais no cumprimento de mandados de reintegração de posse. Em alguns casos, afirmaram, houve violência. “Nós não somos contra a reintegração de posse, porque a gente acha que o que é de direito precisa ser cumprido. Somos contra a forma como ela é feita”, destacou Naldo Duarte, da direção estadual do MTL.
Zenaldo Coutinho se comprometeu a apurar as denúncias com os órgãos competentes, e solicitou que todas as reivindicações sejam formalizadas em um documento, a ser entregue ao governador Simão Jatene. “Nós queremos saber quais são as angústias de vocês. O que vocês têm a dizer. Eu vou levar ao governador, para que ele possa mostrar qual é o melhor caminho e, assim, encontrarmos uma solução para esses problemas”, declarou o chefe da Casa Civil.
Prioridade - Ele lembrou ainda que a regularização fundiária é prioridade para o atual governo, tanto que o assunto está incluído na Agenda Mínima para os próximos quatro anos. “A questão fundiária só com muito investimento, parceria e vontade a gente resolve. E o governador está empenhado nisso”, enfatizou.
No Pará, o Movimento Terra, Trabalho e Liberdade está presente em 22 cidades e conta com 8.422 famílias cadastradas, sendo 5.300 residentes em áreas rurais e o restante em áreas urbanas. A maior ocupação do grupo fica no KM-80 da Rodovia Belém-Brasília (BR-010), no município de Ulianópolis, e envolve cerca de 1.200 famílias.
Segundo o advogado do movimento, Jomo Habib Saré, os integrantes apostam no diálogo com o atual governo. “Essas pessoas vieram com um diálogo firme, mas de confiança. As políticas públicas precisam chegar às áreas de ocupação. Temos que ter prioridade também na questão da regularização fundiária”, disse ele.
A reunião contou também com a presença do deputado estadual João Salame (PPS), que apoia o grupo. Ele destacou que o principal objetivo é abrir o canal de diálogo com o governo. "É um grupo que luta pela segurança, habitação, educação, reforma agrária. Sabemos que o Estado foi recebido em uma situação dramática. O governador, a duras penas, está tentando melhorar a arrecadação. Então, a gente quer um diálogo franco, dentro do que se pode fazer ou não”, declarou o parlamentar.
(Keila Ferreira - Casa Civil)
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