O novo presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse nesta sexta-feira (20), logo após tomar posse no cargo, que estão mantidos o orçamento da empresa para 2011, de US$ 24 bilhões, e também seu planejamento estratégico. “Não deve haver nenhuma dúvida sobre a continuidade”, afirmou Murilo Ferreira, acrescentando que a decisão foi aprovada pelo Conselho de Administração da mineradora. A entrevista coletiva foi realizada na sede da Vale, no Rio de Janeiro, e pôde ser acompanhada por webcast, em português e inglês, no Brasil e no exterior.
Murilo Ferreira disse que a Vale pretende manter com o governo um relacionamento “aberto, franco e construtivo” e descartou a possibilidade de mudanças no seu plano de investimentos. “A Vale não faz mudanças significativas de um ano para o outro no seu planejamento estratégico. No máximo, nós fazemos refinamentos, alguns ajustes pontuais”, acrescentou.
O novo presidente da mineradora, que assumiu o lugar ocupado durante dez anos por Roger Agnelli, garantiu que a empresa entende como necessária a construção da siderúrgica Aços Laminados do Pará (Alpa), projetada para o distrito industrial de Marabá. Ele disse que a empresa realizou todos os estudos relativos ao projeto, que será submetido ainda este ano ao Conselho de Administração. Acrescentou Murilo Ferreira que as obras de terraplenagem em Marabá já estão em fase final e que a siderúrgica terá sua produção voltada para a própria região, que segundo ele está experimentando um grande crescimento.
Ferreira observou que já existem investidores locais interessados numa indústria de laminação para demonstrar que há, da parte da Vale, o propósito de dar continuidade ao empreendimento, considerando-se desde já como certo o aparecimento de investidores interessados em participar também do projeto. Para ele, deve acontecer com a Alpa, no Pará, o que já está acontecendo com a siderúrgica em fase de instalação em Pecém, no Ceará, empreendimento para o qual já existem investidores externos interessados em se associar à Vale.
MESMA DIRETORIA
Num aparente recado destinado a tranquilizar os investidores, acionistas e o próprio corpo de empregados da empresa - que hoje tem 119 mil pessoas, dentro e fora do Brasil -, Murilo Ferreira disse que encaminhará correspondência ao Conselho de Administração da Vale na próxima segunda-feira, propondo a permanência da atual diretoria executiva. “Eu acredito fortemente no trabalho de equipe e pretendo fazer na empresa um ambiente construtivo”.
A única mudança no corpo diretivo da mineradora, já anunciada, aliás, com bastante antecedência, vai acontecer na Diretoria de Recursos Humanos e Serviços Compartilhados. Com a saída da diretora Carla Grasso, executiva da absoluta confiança do ex-presidente Roger Agnelli, vai assumir Vânia Somavilla, que hoje ocupa na Vale o cargo de diretora de Sustentabilidade.
(Diário do Pará)
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